quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

я

Goiaba (vermelha!) pega no pé. Cheiro de sábado a tarde ensolarado. Carinho com as costas da mão. Paisagem das montanhas e das praias e das cidades. Porta interrompendo o som da ausência. Sentidos, todos.

Força sensível.
Medidas desproporcionais mensuradas por dispositivos descalibrados.

Ar.
Espaço.

Enquanto a sorte deixar

E tem um momento onde ser forte não é o suficiente. Você quer guardar os anúncios de viagem, os recibos de restaurantes. Você olha para os lados e só consegue enxergar pedacinhos de tinta tão familiares quanto cada centímetro da sua pele. Você sai mas a partida não chega em você, nada tem cara de adeus. Você procura qualquer coisa inútil que você não precisa. Você deixa as malas mais pesadas. A torneira eternamente aberta é bem vinda como chuva para dormir. Você não esquece nada mas se deixa no mesmo lugar.

Entender o apego, explicar a dor. Por que tem se tornado tão difícil partir?

Passei a noite neste salão já vazio. O eco só me lembra das coisas que eu não fiz, dos momentos que eu deveria ter vivido. Quando chegava fazia uma lista mental das coisas que eu "preciso". Os eletrônicos diviram a posição com trocas de roupas íntimas. Um sinal de solidão? Depois vieram escova de dente, pasta, sabonete. Os cremes foram descartados no caso da necessidade. Uma troca de camiseta. O jeans pode ser reutilizado. Um par de sapatos. Lembrei da roupa para dormir, mas ficou claro que na necessidade seria supérfulo. Maquiagem. O combo bolsa+dinheiro+coisas-que-as-mulheres-carregam-sem-explicação deixava implícito que o dinheiro era importante, uma vez que numa fuga só se levaria a bolsa.

Conclui que dá pra viver com pouca coisa.
Por que então essa angústia? Essa tristeza que eu vou sentir quando fechar a porta pela última vez? Por que eu me forço a não sentir desapego? Por que eu tenho que ter o canto, as lembranças, as coisas?

Enquanto tudo na vida for passageiro eu não terei casa, em sua forma mais física possível.
E quando viver deixar de ser uma passagem, estarei dormindo eternamente.

Aprender que deixar de sentir a gravidade pode ser uma sensação boa. Mudar e mudar de novo. Sempre mais e sempre mais profundamente. Entender que adeus não significa nunca mais, mas também aceitar que não é possível esperar a repetição de momentos inesquecivelmente bons.

Viver. Em sua plena forma simples.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

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E agora, o cigarro da solidão.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

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Deu preguiça de ficar triste, mas principalmente de me mostrar triste e explicar os motivos que me trouxeram até aqui.

Deu Preguiça.