segunda-feira, 20 de maio de 2013

конец

Done.

Talvez o segredo não seja insistir em tentar ser certo. Só deixar a vida acontecer sem verdades ou mentiras demais. Clareza dói. Então é hora de parar e reinventar um novo começo, já que pensar no fim foi suficiente para Elena, e só.

E é assim que eu sumo.

Um flagelo simples de uma luz que foi um dia. Um rascunho inacabado de alguém que foi feliz e soube. E que pintou as ruas com as cores todas que haviam. E que puxou músicas. E que chamou pra dançar. E que acreditou. E que criou. E que quis, simplesmente quis muito tudo, o mundo. E que repetiu conjuntos de palavras por acha-las belas. E que, por mais que o fizesse tanto, não quis doer.
Não quis doer.
Não.
Não quis.



(Listening: Dustin O'Halloran - Opus 37)

sábado, 18 de maio de 2013

...

I've stopped at a time that has never existed.
Where are the flowers? Where is the nice view? I miss so much. I'm just waiting.

It's just not for me.

This world is not for me.


(Listening: Beirut - Candle's Fire)

sexta-feira, 10 de maio de 2013

...

Meia garrafa de vinho depois.

Eu realmente estou vendo as pessoas comemorarem o fato de que 3% das empresas brasileiras são lideradas por mulheres? É isso MESMO?

Que parte eu perdi...? Não entendo.

Essa coisa tradicionalista vem desde o formato de como a droga da notícia é transmitida. "Poxa, olha gente! Que legal! Dá atenção pra esta ínfima porcentagem, já que daqui não vai longe!". Não, muito longe de ser comemorado isso deveria ser lamentado.

E o ridículo é tão grande que ao procurar a famigerada matéria no site do Jornal, não encontrei. Nem na primeira página. Nem na página de economia. Nem em página nenhuma. A matéri,a que deve ter tomado mais 1 minuto e meio do tal horário, se mostrou menos importante que o crescimento de 0,2% do emprego na indústria, que não ocupou mais que 30 segundos da mesma edição televisionada. Só eu que vi esse absurdo???

Sei lá.
Foi um desabafo.

quinta-feira, 9 de maio de 2013

...

E se você está procurando um estado constante de tristeza?
Estado de frustração estagnada.


(Listening: Ingrid Michaelson - Can't Help Falling in Love)

segunda-feira, 6 de maio de 2013

O susto da fragilidade humana

Eu pensei em escrever alguma coisa hoje e, diferente do que acontece normalmente, primeiro me veio o título e de alguma forma não me veio mais nada.
Achei injusto com o meu momento e com qualquer coincidência mundana não compartilhar essa coisa que os estímulos que procuramos produzem. Um filme, uma música...

Nossa influenciável e penetrável fragilidade.

sexta-feira, 3 de maio de 2013

...




It's not just what you need. It's about the perfect combination of what you want, what you wish and what your body asks you. And all the rest, too.

Don't close the window, I was missing the smell of the fresh air, do you remember? Can you imagine how many times I spoke about that special smell? I don't know if it was because we were so locked in the stucked air and any breeze could make me feel in the ocean, but I was truly amazed by the speed of the wind and its ability to bring me so many good things.

I'm not talking about pain or anything. I was just trying to realize what I lost or what I really get now.


(Listening: Kings of Convenience - 24-25)

quinta-feira, 2 de maio de 2013

...

I don't wanna talk about things I don't know... 'Cause it's all lies, you know, and I really wished to be real sometime. Live in that wood house, sorrounded by a big garden and with that tire swing and the tree house we've never had. But we'll never get this, will we?
We'll sit in the same place in the table. We're gonna eat in the same restaurant and play the same scene we're used to.
We'll forget how to dream and, specially, how to look foward them.

I don't wanna blank it out.
I want my air back.


(Listening: Conrad Pope - Remembering Marilyn)

sábado, 27 de abril de 2013

...



And then everything was confused. If you don't wanna be fogotten, act like someone who should be special.


(Listening: Beirut - Goshen)

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Out

Ele acordou com tudo fora do lugar.
As prateleiras carregavam livros desinteressantes. Os armários estavam cheios de roupas que não eram suas. Escreveu um recado com uma letra que não era sua. Divagou sobre um momento que certamente não era o seu.
Claro que era um sonho. Daqueles que lhe levam pra um universo aterrorizadamente palpável mas irreal.
Decidiu parar de invadir os lençóis desconhecidos. Procurou por um banheiro, uma água que pudesse provar que não estava em lugar algum. A sensação do toque da sola dos pés era conhecida. A orientação natural o levou exatamente para onde queria chegar. Umideceu as mãos e molhou todo o chão do banheiro, na tentativa de afastar as olheiras, de uma maneira tão íntima que não soube explicar. Os passos o levaram para a vista rotineira da varanda.
Assustou-se com a perfeição que sua imaginação criara esse mundo paralelamente tão próximo ao seu. Como numa sequência pré-definida, pegou a manteiga, que estava no lugar correto da geladeira, aqueceu as fatias de pão de forma e sistematicamente fez a mistura adequada. Usou a caneca do chá. Cortou o mamão e tirou as sementes.
Alimentou-se e deu conta que estava sozinho na casa-do-sonho. Lembrou de algo que deveria fazer, mas que estava num lugar tão distante da memória que não saberia dizer se era importante ou não. A campainha tocou e beijinhos apressados lhe diziam isso-aquilo-e-aquele-outro. Não era uma sensação de primeira vez... E os beijinhos separam uma roupa que não era sua e instruiu a vesti-las.
Como uma reação máquina, seguiu as instruções pois já estava interessado em saber em que ponto daquela maluquice ele acordaria cansado e descobrindo que ainda eram três da manhã.
Os beijinhos eram roteiros e determinação, sabiam o que deveria ser feito. Levaram-no, bem vestido, a um lugar cheio de vidros e de plantas que você vê nas agências bancárias. Colocaram-no numa cadeira bacana e mais confortável do que qualquer uma que já havia testado. A sala era legal, muita iluminação e pouca janela, mas era legal. Reparou que seu nome estava em algum lugar dali, mas não prestou atenção em onde nem o porquê.
Beijinhos sairam excessivamente animados e entraram abraços e olhares duros. Abraços só agiam de maneira irregular e confusa, já olhares duros diziam coisas a serem feitas e prazos e metas e pessoas e conexões e mais uma porção de e's que não saberia repetir.
Começou a se entediar com o sonho. Já havia ido longe demais e o despertador não o chamava.
Uma hora beijinhos apareceram bravos por qualquer motivo que não sabia e se deu conta que aquela noite de sono estava contando uma história de dias e dias. Continuou nos lugares desconhecidos e voltando para a casa toda fora do lugar. Precisava saber onde aquilo ia parar, já estava envolvido com os personagens e consigo mesmo naquele papel.
Volta e meia alguma coisa naquele ritmo sem sintonia mudava e ele não se entediava tanto. Nesses momentos até achava que aquele sonho valeria a pena no final. Já pensava em como ia contar para os amigos aquela experiência tão bizarra de experimentar uma vida que não era a sua. Nos inúmeros momentos de desinteresse, ele arquitetava o que faria quando acordasse, o café que tomaria e a roupa pra sair.
Finalmente um momento de emoção! Aquele sonho o fez sentir! Era uma dor não muito agradável na verdade. Uma coisa física mesmo, ali no meio do peito. Havia brigado na rua? Beijinhos corriam e gritavam, abraços estavam sérios e não via olhares duros. Por um instante saiu de si e conseguiu se ver. Estava diferente e mudado. Sabia que era o próprio mas não o reconheceria quando acordasse. Apesar a atmosfera tensa, estava gostando de sentir algo depois de todo o tempo de tédio.
Deu adeus a si mesmo.
E não acordou.
Seu enterro aconteceu no mesmo dia a noite. Cemitério da Saudade. Causa mortis: inadequação ao meio.



(Listening: Radiohead - Fake Plastic Trees)

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Bem

E mais uma vez nos colocamos de frente para esta casa, que não tem teto, não tem nada. Essa relação forçada que nos encontramos, vazia, inexistente de razão e qualquer tipo de relacionamento.
-Se não faz sentido então cala a boca.
Seria mais fácil dizer.  Seria mais fácil extrapolar o ritmo e a dinâmica a qual nos forçamos viver. Talvez fosse menos lógico, menos ortodoxo, tradicional. Mas talvez seria mais autêntico e mais viril.
Mas talvez também não fosse nada. Só mais um monte de pó para os tantos que colecionamos. Mais um ponto vazio, mais um negativo para se acrescentar.
-Mas toda experiência não é válida?
E toda a insanidade é loucura? Não meu bem, talvez não devêssemos divagar tanto e tanto. Usar as mesmas palavras para as velhas mentiras. Não! Tenta criar um algo novo pra acreditar. Para de usar as mesmas expressões que estão te cansando.
-Talvez eu devesse ler outros livros, sentir outros ares, outras inspirações...
Que lhe fariam voltar para a mesma redundância que estamos agora. O consumo do invisível. A digestão das ideias já passadas.
-Você fez aquela promessa? Pintou aquele retrato?
Seus planos, sua invenção, seu retrato, era uma figura?, não importa... Você não fez. Você não acreditou que o amanhã não existe e o amanhã nunca chegou. E agora, perto do fim, o que se espera é a realização dos momentos não vividos e das horas não compartilhadas.
-Para de ridicularizar.
O ridículo quem sabe seja nosso momento de revelação, um pico de verdade. Uma hora que a gente se distrai e mostra o que queria esconder. Como aquele breve momento em que a pouca conexão não existiu. Você já falou sobre silêncio e eu não consegui calar.
Paradoxos. Não é questão de incoerência, só estou repleta de paradoxos.
 
 

quinta-feira, 11 de abril de 2013

...

Criando...
Tô criando uma coisa nova. Tô inventando um mundo novo cheio de ideias antigas (dessas que até já vem sem acento). Refinando pensamentos, comprando novos livros e sugestões. Dando espaço pra músicas inesperadamente belas e detalhes surpreendentemente imperceptíveis. E dentro de todos os gerúndios, reescrevendo um jeito velho de viver.



(Listening: Lenine - Marco Marciano)

domingo, 7 de abril de 2013

...

Talvez a gente se apaixone pra justificar o tempo que a gente perde não tomando decisões e não fazendo o que se deve ser feito. Não que se apaixonar por si só não seja possível, tolice! Mas às vezes é mais fácil terceirizar a culpa do que assumir que se foge do futuro.



(Listening: Marisa Monte - Segue o Seco)

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Milan

Hoje foi o primeiro dia no qual eu vi o sol nos últimas três semanas. Repousei minhas mãos sobre a janela para sentir um pouco daquele calor tão conhecido e assisti ao desenvolver de um céu azul que quase pareceu irreal.
Infelizmente a sensação não durou tanto tempo. O cansaço fechou meus olhos e desperdicei as duas horas seguintes em um desconfortável e profundo sono dos merecidos. Acordei com o comissário pedindo que desligasse minha música e me preparasse para o pouso.
Foi bom. Pude me despedir do calor inalcançável.
Lá embaixo um domingo problemático e cinza me aguardava para não me deixar descansar. Frio. Pessoas andando com pressa dentro de seus pesados e felpudos casacos. Um tempo desperdiçado.
Pausa para o almoço fora de hora. Relógio marcando tempo errado. Ansiosa sopa de cogumelos. Já esteve melhor... Alteração no pedido. Mastigação. Sem novas notícias, sem surpresas agradáveis. Conta. Obrigada no melhor "thank you" possível. Enfrenta-se o frio para atingir o conforto. Quarto vazio e silêncio. Bom assim. Luz azul e desagrado. Horas jogadas no lixo, mais sentimentos machucados.
Despropósitos, descompassos. Dura e simplória perda de tempo sem razão. Palavras meio ditas e parada. Preciso de banho. Água escaldante para abrir os poros e limpar a alma. De que?! Ligação de amigos. Alguém se importa! Mas não foram atendidas... Confusão e o encontro de um sorriso. Paz. Bem estar e algo próximo a felicidade.
Volta-se o ar.

sábado, 30 de março de 2013

...

Sede.

Eu me sinto é com sede.

sexta-feira, 29 de março de 2013

A prazo pro inferno.

Quando falta o ar e a cabeça quer mais. Quando o corpo pede arrego e os olhos dizem: "MAIS". A garganta, inflamada, coça. A ridicularidade das coisas óbvias grita: "PARA". Quando a incoerência é companheira e o paradoxo das coisas já sabidas não diz nada mais que palavras sem sentido.

É. Eu sei.
E cá estou. Escrevendo às 5:11 da manhã.

Tem algo errado. Ou eu estou, finalmente, encontrando o que é, de fato, certo.




Aplausos ou vaias... Estou aqui é pra sentir.

domingo, 24 de março de 2013

Crowd

Porque tristeza é uma coisa que da qual a gente foge. Nos escondemos dentro de nós mesmos, escapamos da dor. Mentimos, enganamos. Ligamos a música alto o suficiente para apagar os pensamentos. Ignoramos as obviedades dos dias normais e nos agarramos a expectativas não vividas.

Um mundo inventado. Uma coisa qualquer que eu olhei uma única vez e vi o que eu quis. Um sonho talvez, um emaranhado de acontecimentos que organizado da maneira adequada pode dizer tudo mas que, de fato, nunca disse nada. Uma dúvida, acima de tudo. Uma dúvida que preenche meus minutos com futilidades e inutilidades.

Não consigo produzir. Não consigo pensar. Principalmente, não consigo entender.

E nesse breve momento de descuido, eu só queria me entregar em paz a essa tristeza que eu guardo tão longe da superfície. Chorar minhas lágrimas de ingrato descontentamento, afogar os ruídos do fracasso forçado. Mais que tudo: me permitir. Não responder que estou bem, não simpatizar. Não me ocupar ao ponto de não ter tempo para lembrar. Simplesmente deitar e esperar que as horas façam o devaneio passar.

Eu ainda lembro.

terça-feira, 5 de março de 2013

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

...

I haven't learned to say goodbye.

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

я

Goiaba (vermelha!) pega no pé. Cheiro de sábado a tarde ensolarado. Carinho com as costas da mão. Paisagem das montanhas e das praias e das cidades. Porta interrompendo o som da ausência. Sentidos, todos.

Força sensível.
Medidas desproporcionais mensuradas por dispositivos descalibrados.

Ar.
Espaço.

Enquanto a sorte deixar

E tem um momento onde ser forte não é o suficiente. Você quer guardar os anúncios de viagem, os recibos de restaurantes. Você olha para os lados e só consegue enxergar pedacinhos de tinta tão familiares quanto cada centímetro da sua pele. Você sai mas a partida não chega em você, nada tem cara de adeus. Você procura qualquer coisa inútil que você não precisa. Você deixa as malas mais pesadas. A torneira eternamente aberta é bem vinda como chuva para dormir. Você não esquece nada mas se deixa no mesmo lugar.

Entender o apego, explicar a dor. Por que tem se tornado tão difícil partir?

Passei a noite neste salão já vazio. O eco só me lembra das coisas que eu não fiz, dos momentos que eu deveria ter vivido. Quando chegava fazia uma lista mental das coisas que eu "preciso". Os eletrônicos diviram a posição com trocas de roupas íntimas. Um sinal de solidão? Depois vieram escova de dente, pasta, sabonete. Os cremes foram descartados no caso da necessidade. Uma troca de camiseta. O jeans pode ser reutilizado. Um par de sapatos. Lembrei da roupa para dormir, mas ficou claro que na necessidade seria supérfulo. Maquiagem. O combo bolsa+dinheiro+coisas-que-as-mulheres-carregam-sem-explicação deixava implícito que o dinheiro era importante, uma vez que numa fuga só se levaria a bolsa.

Conclui que dá pra viver com pouca coisa.
Por que então essa angústia? Essa tristeza que eu vou sentir quando fechar a porta pela última vez? Por que eu me forço a não sentir desapego? Por que eu tenho que ter o canto, as lembranças, as coisas?

Enquanto tudo na vida for passageiro eu não terei casa, em sua forma mais física possível.
E quando viver deixar de ser uma passagem, estarei dormindo eternamente.

Aprender que deixar de sentir a gravidade pode ser uma sensação boa. Mudar e mudar de novo. Sempre mais e sempre mais profundamente. Entender que adeus não significa nunca mais, mas também aceitar que não é possível esperar a repetição de momentos inesquecivelmente bons.

Viver. Em sua plena forma simples.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

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E agora, o cigarro da solidão.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

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Deu preguiça de ficar triste, mas principalmente de me mostrar triste e explicar os motivos que me trouxeram até aqui.

Deu Preguiça.